quinta-feira, 27 de maio de 2010

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O refúgio dos canalhas
Emanoel Barreto

Diz a Folha: Além da cúpula tucana, empresários paulistas ligados ao pré-candidato José Serra querem tentar convencer o ex-governador Aécio Neves a desistir da candidatura ao Senado e ser o vice na chapa do PSDB à Presidência.



Em conversas reservadas, empresários disseram que vão enviar recados ao ex-governador mineiro sobre a "importância" de ele aceitar o convite para formar chapa puro-sangue com Serra.

Alguns chegam a dizer que seria "falta de patriotismo" de Aécio não sair candidato a vice, principalmente num momento em que a candidatura precisa de fôlego novo.
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A Pátria é sempre lembrada quando os dominantes se sentem em perigo. A Pátria é o elemento invisível, imponderável, inefável, o soluto social usado ocasionalmente para tornar equiparadas, por hipóstase, as classes sociais. Sempre que se quer mandar um trabalhador para a guerra ele está "a serviço da pátria".

O que os empresários querem dizer, na verdade, é que Aécio está traindo não a Pátria, mas os sacros interesses do lucro e do mercado que o PSDB representa. A Pátria entra, fetichizada, como elemento de valor universal para o apassivamento espetacular das lutas de classe.

É quando lembro de Samuel Johnson, dizendo ainda no Século 18: "A pátria é o último refúgio dos canalhas."

Tinha toda razão.



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