Raphael Falavigna/Folha Imagem
A morte de Glauco
Emanoel Barreto
A Folha, onde editava seus cartuns, deixou em branco todos os espaços destinados a esse tipo de material, incluindo a charge editorial. Isso, num jornal cerebral como a Folha, não é pouco. Dá para avaliar o sentimento de perda. Sentimento também manifesto em editorial que, contrariando todos os padrões desse tipo de texto, manifestou-se em um olhar pungente, bastante próximo a uma crônica.
Perdeu-se o poeta, o homem religioso, seguidor do Santo Daime. Perdeu-se, enfim, um ator político. Sim, pois suas charges e cartuns eram pronunciamentos vigorosos, perplexos, revoltados. De alguma forma, como é comum ocorrer com todos os que sentem-se ligados a alguém a quem nunca vimos, mas de cuja convivência participamos na quase interação jornalística diária, sinto que perdi um amigo que sempre me brindava com o toque magistral do seu talento.
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