sábado, 6 de fevereiro de 2010

Foi bom o seu dia?
Emanoel Barreto

A charge de Laerte, na Folha, encaminhou-me à pergunta que de alguma forma a fazemos todos os dias, mesmo que sem disso nos apercebamos: o que me reserva o dia de hoje? Creio que, inconscientemente, temos a vontade de que o dia nos seja bom, ou, pelo menos, pacífico, até mesmo monótono serve - pois antes a monotonia que atrapalharmos nossa vida com acontecimentos incomuns, desses que desestabilizam a cotidianidade previsível da sequência besta da vida, de manhã, tarde, noite: trânsito enlouquecido, doenças repentinas, notícias de devastações, etc..., etc..., etc...

Em outras palavras, a saudável preguiça de saber que tudo está no seu lugar e nada nos ameaça. Pois bem, meu dia de ontem foi abençoado com algo bondosamente inesperado. Fui agraciado com um rápido porém grandioso encontro com o jornalista Ubirajara Macedo, decano encanecido do nosso jornalismo, fulgurante na beleza humana dos seus 90 anos.

Sua figura branca iluminou meu dia e foi bom e ele anunciou-me para breve a publicação de sua biografia, um exemplo, sob a responsabilidade impecável do texto belo de Nelson Patriota. Ainda não tem data para o lançamento da obra, mas será breve, garantiu para minha alegria.

Hoje, o dia reservou-me a ideia de falar a respeito de Ubirajara, o que também foi bom. E agora ouço a Rádio Brasília, com coleante seção de jazz. Que bom, que bom que o dia, nos últimos dias, tem sido bondoso para este velho Barreto. Que venham outros e iguais dias.

Nenhum comentário: