domingo, 22 de novembro de 2009

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O mundo não acaba em 2012. O mundo já acabou. Ou quase isso
Emanoel Barreto

Não, não creio que o mundo acabe em 2012. Seja por objetiva racionalidade, seja porque entendo que não se pode acabar aquilo que já se extinguiu. Às vezes acho que é isso mesmo: o mundo acabou. Por preguiça de se banir o mal, desordem ética, repetição da brutalidade e consumo diário da adrenalina da crueldade e da desumanização. Aí, penso: acho que o mundo acabou.

Veja só: a interminável e inúmera repetição das barbaridades dos governantes, as massas oprimidas pela fome e pelo desespero do existir e pela ansioso temor do que virá dia seguinte, isso não é indicativo de que o mundo acabou? O que não se renova, o que permanece estático na dinâmica da estupdez isso é ou não é o fim mesmo?

A rigor nada há de novo nos jornais, nas coisas de jornal. Talvez até mesmo os jornais devessem deixar de ser veiculados, até segunda ordem. Seja em impresso, TV, rádio ou internet. Por quê? Pelo fato mesmo de que nada há de novo na face da Terra. Cada tragédia, cada grito é apenas o eco de outros milhares de gritos, gritos já antigos, cansados, gritos anciãos, lamentos langorosos de um tempo que se repete.

Sim: o mundo acabou. Nós é que não percebemos. E ficamos a vagar como almas perdidas, deambulando numa eternidade diária que criamos. Enquanto isso não mudar, o mundo continuará acabado. Ou quase isso.


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