quinta-feira, 25 de junho de 2009






A resistência dos maus
Emanoel Barreto


O Estadão diz: Alvo de investigação da Polícia Federal, o esquema do crédito consignado no Senado inclui entre seus operadores José Adriano Cordeiro Sarney - neto do presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP). De 2007 até hoje, a Sarcris Consultoria, Serviços e Participações Ltda, empresa de José Adriano, recebeu autorização de seis bancos para intermediar a concessão de empréstimos aos servidores com desconto na folha de pagamento. Ao Estado, o neto de Sarney disse que seu "carro-chefe" no Senado é o banco HSBC. Indagado sobre o faturamento anual da empresa, ele resistiu a dar a informação, mas depois, lacônico, afirmou: "Menos de R$ 5 milhões."
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Impressiona-me ao nível da perplexidade como o poder nas mãos dos corruptos chega a pontos tão elevados. O velho soba Sarney pai é uma espécie de ente tentaculado, a espalhar suas más influências de tal forma que torna a coisa pública algo privado.
Resiste com inenarrável capacidade a todas as pressões, oculta-se, move-se, age, dribla acusações e agora diz: está sendo alvo de campanha midiática que visa sua destituição do cargo de presidente da Casa.

Sarney é apenas um ator político, apenas a parte do iceberg que avulta no mar de lama em que flutua o Senado. A Casa é corrupta medularmente. Sarney e seus iguais, que são muitos, representam o que há de pior da cena política brasileira. E ao que parece, isso não vai mudar tão cedo.


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