sexta-feira, 26 de junho de 2009

A morte de Michael Jackson
Emanoel Barreto

Vou contra a maré e sei disso: a morte de Michael Jackson mereceu destaque excessivo das coisas de jornal. Refiro-me a destaque de primeira página. Pelo tipo de pessoa que era, ou seja artista voltado para comportamentos escandalosos, sempre em busca de autopromoção, a TV seria o veículo típico para repercussão deste teor. O jornalismo impresso, mesmo devendo registrar o fato, que tem seu valor noticioso, deveria estar voltado para questões de maior essencialidade, como política e problemas sociais.

Isso demonstra o quando o formato televisivo contaminou o fazer do impresso, impregando-o com seus valores e enquadramentos. Parto de uma questão que sempre me faço se sou encarregado de determinar uma pauta aos repórteres: até que ponto esse notícia influirá na vida das pessoas? Qual o seu potencial de mudança socialmente positiva ? No caso de Jackson, nada.

Claro é de de lamentar a morte de alguém ainda jovem; claro que foi um artista importante. Mas, daí a ocupar radicalmente o lugar de uma manchete voltada para o social, vai uma larga distância. Que ele, depois de tudo o que fez e do que foi acusado, descanse em paz.

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