quarta-feira, 17 de junho de 2009

Jornalismo e espetáculo
Emanoel Barreto

A Rede Record cumpre projeto de longo curso para se contrapor à Globo. A jornalista Mylena Ciribelli estreia programa esportivo em mais algumas semanas e Gugu Liberato também está nos planos da empresa do bispo Macedo. Além deles, a Record tentou atrair Faustão e Luciano Huck. Sim, sem esquecer Ana Paula Padrão, que logo logo estará por lá.

O que se percebe é uma bifurcação perigosa: por um lado, a busca de gente para apresentar progamas de baixíssima qualidade de conteúdo, salvo, se tanto, o apenas bem intencionado "Soletrando", imitação de coisa que já se faz nos Estados Unidos há décadas.

Por outro aspecto, jornalistas elevados à condição de estrelas, o que de plano retira a esse jornalismo dado essencial: seriedade. Jornalistas não deveriam funcionar como se fossem atores, mas cumprir com a responsabilidade de informar com precisão e credibilidade e opinar, se for o caso.

A informação ou opinião não ganham maior importância como decorrência do estrelismo, mas tendo como origem a importância do fato noticiado. A notoriedade de repórteres, isso é admissível, advém de sua exposição seja em rádio, jornal ou TV. É claro que torna-se impossível alguém não se tornar famoso. É decorrência lógica e clara. Mas, daí a um profissional assumir a condição que seria típica de atores, cantores ou outros profissionais do palco, há uma grande distância.

O jornalismo vira espetáculo e, como todo espetáculo, há algo de teatral. Isso não combina com boa informação.

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