quinta-feira, 28 de maio de 2009


O terror, o terror, o terror...
Emanoel Barreto

O terrorismo, para além de suas manifestações de violência, que ultrapassam o objetivo militar primário, tem a sua maior força de repercussão pelo fato de que atinge vítimas não diretamente envolvidas com aqueles que representam o sistema que se quer atingir. Ou seja: o agrente terrorista tem o maléfico condão de atingir pessoas ao léu, qualquer um que passe no instante de detonação de uma bomba ou qualquer outro artefato mortífero.

Reside aí a força do terror: criar na população um sentimento de medo coletivo que diz: qualquer um, a qualquer hora, pode ser alvo. Tais ações visam demonstrar que, insidiosamente, os agentes terroristas podem se mover silenciosamente e instalar seus artefatos. Com isso, fica claro às pessoas que o Poder não está assim tão aparelhado para impedir que com desenvoltura os atentados sejam praticados.

Todas as ações desse tipo trazem em si uma forte carga comunicacional: o terrorismo é uma ampla e sinistra forma de comunicação. Todo atentado, tecnicamente, é uma espécie de texto, que reafirma a capacidade do grupo de causar danos os mais amplos, profundos e desestabilizadores. Vide o ataque de Osama aos Estados Unidos.

Foram escolhidos cuidadosamente três alvos: as torres gêmeas, como símbolo do capitalismo; o Pentágono, que representa o poderio bélico americano e a Casa Branca, como figuração da tera-mãe. A brutalidade teve todo todo um sentido de comunicação de massa, ferindo o povo americano em seus valores mais caros.

Todo ato, assim, visa repercussão de imprensa, o que termina por validá-lo, perante seus autores, como tática eficaz de guerra. Se não se anuncia tais acontecimentos, os agressores também saem ganhando, pois esse silêncio os beneficiará. Divulgando-se, obtêm o efeito de mídia pretendido. Será sempre um dilema para os jornalistas. Mas, divulgar é preciso, a fim de que as populações possam de alguma maneira prevenir-se.

Mas há uma forma também degradante de terrorismo: o terrorismo de Estado. O exemplo mais recente é o da Coreia do Norte, cujo discurso de poder está centrado na ameaça do uso de armas atômicas. Sem questionar que os Estados Unidos também se arrogam o uso das mesma armas, é preciso que os líderes do mundo usem de bom senso, para pelo menos, contornar a situação.

No mais, é perplexidade e desencanto quanto ao mundo onde vivemos.

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