Emanoel Barreto
As coisas de jornal da Folha informam neste domingo: Agaciel Maia, o vice-rei do Senado, o homem que autoriza despesas de até 80 mil sem necessidade de aprovação da Mesa, teve descoberto um segredo que mantinha a sete chaves em seu cofre de Ali-Babá: é dono de uma mansão que vale cinco milhões.
Como quando comprou a casa estava com os bens indisponíveis, usou o cérebro e, claro, fez de conta que ela não era sua. Assim, o imóvel foi estrategicamente colocado no nome do deputado João Maia, seu irmão e candidato ao governo do Rio Grande do Norte.
Diz a Folha: "A indisponibilidade dos bens de Agaciel foi decretada pela Justiça na esteira do escândalo da gráfica, em 1994.
Naquele ano, o então senador Humberto Lucena (PMDB-PB) teve sua candidatura à reeleição cassada pela Justiça Eleitoral por uso ilegal da gráfica para impressão de material de campanha. Também enfrentaram representação na Justiça Eleitoral, acusados da mesma prática, os políticos pelo então PFL maranhense Roseana Sarney (deputada e candidata vencedora a governadora) e os postulantes ao Senado Alexandre Costa e o hoje ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Eles tiveram cadernos escolares com propaganda eleitoral impressos na gráfica encomendados por Costa, candidato à reeleição. Suas candidaturas, contudo, não foram cassadas."
É isso: é a corrupa meu irmão; é a corrupa. É a corrupa como marca forte e tempero picante da vida política. Como pode um homem que tem bens bloqueados pela Justiça assumir posto vital no Senado? Permanecerá no cargo após esse flagrante? E o deputado João Maia: a imprensa daqui vai questioná-lo eticamente? Deveria ter atendido aos apetites ecônomicos do irmão, assumindo a mansão como se fosse sua? Tinha ou não tinha consciência de que estava praticando algo moralmente pegajoso, sujo, repulsivo?
E de onde saiu tanto dinheiro para a compra dessa casa?
As respostas virão com o tempo. E creio que serão ambos perdoados. É a corrupa, meu irmão; é a corrupa...
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