Ressaca
Emanoel Barreto
Pronto, terminou a festa.
Acabou a alegria, o carnaval passou.
Aos poucos o último acorde vai perdendo força, dobra a esquina do tempo e se perde no território da lembrança. Longe, longe, longe...
A Alegria, deusa solar de cores e repiques, musa vulcânica, moça de todos os agogôs, segue para o seu olimpo a descansar.
O carnaval passou.
E todos os bacantes agora estarão às voltas com o mundo real. Que é todo feito só de quartas-feiras; quartas-feiras de cinzas e das saudades curtas de quem se encontrou e se perdeu no meio da multidão.
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