Emanoel Barreto
Em meio ao carnaval estou ilhado em casa. Como a Prefeitura não tomou qualquer providência para prevenir o descalabro, mesmo depois de eu falar com deus-e-o-mundo, mandei email a colegas jornalistas para que divulgem. Quem sabe, com isso alguém toma alguma providência. Segue a íntegra:
Peço socorro a Micarla.
Se não der, chamo
o Cacique Cobra Coral
Caros Amigos jornalistas,
Escrevo na segunda-feira de carnaval ilhado em minha casa,
cujos muros transformei em represa. Estou literalmente como
na marchinha: "Daqui não saio, daqui ninguém me tira." Assim,
improviso também outra marchinha: "Ô abre águas, que eu quero passar."
Mas, enquanto as águas não se abrem, a situação é essa: garagens alagadas,
casas prestes a ser invadidas pela água e gente preocupada.
É isso: a Rua Industrial João Motta, Capim Macio, onde moro, com as últimas
chuvas assumiu aspecto de dilúvio. Por instantes tive a impressão
de ver a arca de Noé. Não era: era um carro quase tragado
pelo dilúvio urbano.
Na Prefeitura, já falei com deus-e-o-mundo, mas ninguém atendeu
ao meu alerta. Dias antes do aguaceiro entrei em contato com
a administração municipal, pedindo que uma máquina fizesse
retirada da areia do leito da rua. Adverti que, sem isso, haveria
perigo de casas serem alagadas. A Prefeitura não deu atenção.
O IPTU, aqui, é de mais de mil reais. A Prefeitura não me deu atenção.
Alagamento é assunto para a Semov, a Semov é da Prefeitura.
Só que há um problema: a Semov não se move...
Carros que tentam superar o açude enguiçam, gente entra em
desespero, pessoas ficam no prejuízo. O meu carro está
há três dias ao relento. Tive que tirá-lo da garagem
para dar espaço à água.
Agora, só me resta pedir apoio aos amigos da imprensa. Espero
com isso sensibilizar alguém da Prefeitura. Espero sensibilizar Micarla.
Mas, se nem ela me der atenção, voltarei meus pedidos para o
Cacique Cobra Coral, entidade espiritual que cuida dos ventos e
das tempestades. Tem até uma Fundação, a Fundação
Cacique Cobra Coral, que trata desses assuntos: mandar chuva a quem precisa
e tirá-la de quem esteja em meio às ondas.
Quem sabe, dele tenha alguma ajuda.
Um grande abraço,
Emanoel Barreto
PS: Aos ambientalistas fundamentalistas: como
fica o bicho-homem? Gente também é parte da natureza.
Se não der, chamo
o Cacique Cobra Coral
Caros Amigos jornalistas,
Escrevo na segunda-feira de carnaval ilhado em minha casa,
cujos muros transformei em represa. Estou literalmente como
na marchinha: "Daqui não saio, daqui ninguém me tira." Assim,
improviso também outra marchinha: "Ô abre águas, que eu quero passar."
Mas, enquanto as águas não se abrem, a situação é essa: garagens alagadas,
casas prestes a ser invadidas pela água e gente preocupada.
É isso: a Rua Industrial João Motta, Capim Macio, onde moro, com as últimas
chuvas assumiu aspecto de dilúvio. Por instantes tive a impressão
de ver a arca de Noé. Não era: era um carro quase tragado
pelo dilúvio urbano.
Na Prefeitura, já falei com deus-e-o-mundo, mas ninguém atendeu
ao meu alerta. Dias antes do aguaceiro entrei em contato com
a administração municipal, pedindo que uma máquina fizesse
retirada da areia do leito da rua. Adverti que, sem isso, haveria
perigo de casas serem alagadas. A Prefeitura não deu atenção.
O IPTU, aqui, é de mais de mil reais. A Prefeitura não me deu atenção.
Alagamento é assunto para a Semov, a Semov é da Prefeitura.
Só que há um problema: a Semov não se move...
Carros que tentam superar o açude enguiçam, gente entra em
desespero, pessoas ficam no prejuízo. O meu carro está
há três dias ao relento. Tive que tirá-lo da garagem
para dar espaço à água.
Agora, só me resta pedir apoio aos amigos da imprensa. Espero
com isso sensibilizar alguém da Prefeitura. Espero sensibilizar Micarla.
Mas, se nem ela me der atenção, voltarei meus pedidos para o
Cacique Cobra Coral, entidade espiritual que cuida dos ventos e
das tempestades. Tem até uma Fundação, a Fundação
Cacique Cobra Coral, que trata desses assuntos: mandar chuva a quem precisa
e tirá-la de quem esteja em meio às ondas.
Quem sabe, dele tenha alguma ajuda.
Um grande abraço,
Emanoel Barreto
PS: Aos ambientalistas fundamentalistas: como
fica o bicho-homem? Gente também é parte da natureza.
2 comentários:
Como ambientalista e ser humano consciente, respondo: o bicho-homem vai pro brejo com tanto asfalto, espigões e um crescimento urbano desordenado.
Como ambientalista e ser humano consciente, respondo: o bicho-homem vai pro brejo com tanto asfalto, espigões e um crescimento urbano desordenado.
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