terça-feira, 8 de janeiro de 2008

BBB: bacante, banal, besteira

Caros Amigos,
A Globo nos chega com mais uma edição do BBB. Apresentado como um reality show, ou seja, um espetáculo real, uma transmissão da vida, com os contrastes de personalidades, interação humana conflitual e competitiva, o programa é, em verdade, a vida roteirizada, estudadamente programada para provocar rumor social.

Os participantes, assim, são personagens: cumprem papéis pré-determinados, numa produção no mínimo questionável, seja do ponto de vista ético, seja quanto à sua proposta de "show".

O horário do programa tem sido criticado por educadores, especialmente quando tratam da questão público infantil. Os especialistas dizem que a criança entra em contato com uma realidade de mídia altamente erotizada, acrescendo-se a isso o fato de que os participantes trabalham valores deploráveis, como a cobiça e a competitividade despida de respeito ao outro. Valem o jogo sujo e a esperteza.

O pior é que, com seu poderio midiático, a Globo faz passar à sociedade brasileira que está exibindo algo importante, algo que deve e precisa mobilizar opiniões, chamar a atenção e provocar uma forma de consenso a favor da validade daquela produção.

Os meios de comunicação, a TV em especial, estão valorizando e valorando esse tipo de programa, disseminando a idéia de que fatuidades são algo essencial. Enfatiza-se o hedonismo, a conversa vazia, o fortalecimento do senso comum na discussão de comportamentos emitidos por pessoas que representam à perfeição esse mesmo senso comum.

É deplorável. Mas é um sucesso, rende dinheiro e vai, de alguma forma, mobilizar esse país em torno de mais um atentado à inteligência.
Emanoel Barreto

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