A Folha informa: "O publicitário Duda Mendonça trabalha desde o início do segundo turno na campanha de Marcio Lacerda (PSB), em Belo Horizonte, conforme revelou hoje o próprio candidato socialista. Duda Mendonça faz, disse Lacerda, uma espécie de "consultoria informal"."
Os marqueteiros são vistos pelos políticos como uma espécie de magos, bruxos poderosos da comunicação, cujo saber esotérico, carisma quase místico, teria o poder de manipular corações e mentes. E afinal, garantir a eleição. Se fosse verdade, todas as eleições majoritárias terminariam empatadas.
E é isso mesmo o que acontece: nos tempos antigos, à época clássica, reis e demais poderosos entregavam, ou pensabem entegar, os destinos de batalhas e o futuro do reino à sapiência de áugures e pitonisas, cujos insondáveis saberes perscrutavam o futuro.
Eles estudavam os vôos dos pássaros, vísceras de animais e a partir daí faziam seus presságios, permitindo ao monarca tomar a decisão supostamente mais acertada. De alguma forma, isso transmutou-se e hoje o áugure é o marqueteiro. É ele que se apresenta como a pedra mais preciosa da coroa, tem a postura autoritária e os ademanes do sacerdote que preside o oráculo da comunicação.
Sua palavra tatem o condão das cerimônias secretas, o poder de chamar a favor do candidato as idéias que salvarão a campanha quase perdida, entufar as multidões e fazê-las crer: "Esse é o homem."
A marqueteria é isso: a superstição dos áugures colocada como fórmula alquímica que fará da pedra comum e mistificadora do político, transformar-se na pedra filosofal, aquela que, ao tocar em qualquer substância inferior, a transformaria em ouro.
Como dizia aquele antigo comercial: "Compre Batom... Compre Batom..."
Emanoel Barreto
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