
Os marqueteiros são vistos pelos políticos como uma espécie de magos, bruxos poderosos da comunicação, cujo saber esotérico, carisma quase místico, teria o poder de manipular corações e mentes. E afinal, garantir a eleição. Se fosse verdade, todas as eleições majoritárias terminariam empatadas.
E é isso mesmo o que acontece: nos tempos antigos, à época clássica, reis e demais poderosos entregavam, ou pensabem entegar, os destinos de batalhas e o futuro do reino à sapiência de áugures e pitonisas, cujos insondáveis saberes perscrutavam o futuro.
Eles estudavam os vôos dos pássaros, vísceras de animais e a partir daí faziam seus presságios, permitindo ao monarca tomar a decisão supostamente mais acertada. De alguma forma, isso transmutou-se e hoje o áugure é o marqueteiro. É ele que se apresenta como a pedra mais preciosa da coroa, tem a postura autoritária e os ademanes do sacerdote que preside o oráculo da comunicação.
Sua palavra tatem o condão das cerimônias secretas, o poder de chamar a favor do candidato as idéias que salvarão a campanha quase perdida, entufar as multidões e fazê-las crer: "Esse é o homem."
A marqueteria é isso: a superstição dos áugures colocada como fórmula alquímica que fará da pedra comum e mistificadora do político, transformar-se na pedra filosofal, aquela que, ao tocar em qualquer substância inferior, a transformaria em ouro.
Como dizia aquele antigo comercial: "Compre Batom... Compre Batom..."
Emanoel Barreto
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