Caras Amigas,
Caros Amigos,
Acabrunhado, com um câncer no intestino, desempregado e, é lamentável, infeliz, morreu o homorista Feliz, que durante anos foi o homem do tempo no programa Aqui Agora, SBT. As coisas de jornal dizem que ele chegou a pedir emprego a Sílvio Santos, mas não foi atendido.
Celebrizou-se pelo bordão "Piriri, pororó", sempre que terminava o anúncio da previsão do tempo. Mesmo com o câncer, seu fim foi determinado pela depressão. Desempregado, sem perspectivas no mercado de trabalho, Feliz, de 70 anos, viu-se perdido no cipoal da angústia e murchou como uma plantinha que não mais tinha o seu sol.
O mundo da TV, da comunicação de um modo geral é assim: fez hoje, fez muito, fez tudo; mas tudo isso é nada para a implacável gestão desse negócio, centrado num emaranhado de concepções subjetivas das gerências que, ironicamente para ele, visam apenas o aqui e o agora.
E quando ele parte, continua aqui a velha vida, cheia de faíscas e tempestades, raios, trovões e pouco céu-de-brigadeiro. Infelizmente.
Emanoel Barreto
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