quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Abaixo as algemas

Caras Amigas,
Caros Amigos,
A polícia está proibida de algemar bandidos, sejam eles bandidos digamos, convencionais, ou similares de colarinho branco. A exceção é se algum deles oferecer resistência ou perigo.

Talvez num país de bandidos educados, bandidos de alto nível de escolaridade criminal, isso tivesse razão de ser. Mas, convenhamos, o mundo ainda nao evoluiu para o crime charmoso, tipo
"Sr. Policial, eu vou ser preso? "
"Sim, vai, mas, por favor, sente-se no banco de trás. Aceita um drinque?"
"Só de for chmpanhe de boa safra..."
"Não seja por isso... pode beber."

Na verdade, todo crime, mesmo o de colarinho branco, tem algo, sim, de brutal, agressivo, ofensor. Não vejo motivo para a proibição do uso de algemas. Especialmente para aqueles infratores especiais, voces sabem, gente da elite. Eles são tão ou mais perigosos que o assaltante que trucida sua vítima ou o traficante que vicia um menino de quinze anos.

São mais perigosos porque seus crimes têm resultados morais e sociais largos, históricos e profundos. Ocultos sob os papéis que forjam e os paraísos fiscais que freqüentam, vergam ao peso do sofrimento milhares de vidas que tiveram retiradas de si serviços e assistência do Estado, já que o dinheiro vazou para os cofres desses criminosos.

O usos de algemas em criminosos ricos tem um poder de discurso fulminante, advertindo que, pelo menos com a Polícia Federal (a mais visada pela legislação que impede o uso de algemas), não há distinção de classe.
Emanoel Barreto

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