quarta-feira, 2 de julho de 2008

Recuerdos de la muerte

Caras Amigas,
Caros Amigos,
A libertação de Ingrid Betancourt representa um duro golpe assestado sobre os traficantes colombianos que se apresentam como guerrilheiros. As informações superficiais que a net divulgou indicam que a ação resultou de um meticuloso trabalho de inteligência e infiltração junto aos traficantes, o que garantiu a liberdade de Igrid e 14 outros prisioneiros.

Setores da esquerda insistem em atribuir a esse grupo a situação de insurentes e um status político que o coloca bem acima do que realmente são: traficantes e seqüestadores. Em 1964, quando começaram a atuar, as Farc até poderiam ser chamadas de grupo de ação armada revolucionária. Após isso, ao unirem-se a traficantes, não resta dúvida de que são apenas criminosos.

É muito fácil alegar-se uma causa justa, como a defesa de um povo perante uma situação histórica avassaladoramete cruel e opressora, como a que vive a Colômbia. Mas esse discurso se esvai quando o núcleo intelectual regente do grupo cede o espaço da ideologia à busca de dinheiro, adotando táticas de terrorismo e desrespeito aos direitos humanos.

Nada que venha da droga presta. Não há motivo justificador do seu uso como moeda de troca para a obtenção de armas que serviriam a uma suposta revolução. As bandeiras históricas da esquerda, seu humanismo e utopias desejáveis, se esboroam quando mescladas como atitudes típicas de bandidos comuns.

A Colômbia vive uma tragédia nacional. De um lado, as Farc; do outro, os traficantes, digamos, tradicionais a estas aliados, e afinal, no terceiro ponto, um governo que não tem qualquer intenção de mudar o sistema de exclusão social histórico e dantesco.

Com relação a Ingrid, que tenha o direito a uma vida digna e em libedade. Suportou um inferno quando prisioneira dos traficantes. Terá agora que conviver para o resto da vida com os seus recuerdos de la muerte.

Emanoel Barreto

Foto: Agência Efe

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