quinta-feira, 17 de maio de 2007

A masmorra da alma

Deu na Folha Online:"A Justiça permitiu que o advogado Adenilson Alves de Brito, preso desde 2006 acusado de participar do seqüestro de um menino de 6 anos, em Arujá (Grande São Paulo), cumpra prisão domiciliar, como prevê o Estatuto do Advogado.Ele está na cadeia pública de Barueri (Grande SP) e poderá voltar para casa. O problema é que a casa do acusado fica no mesmo condomínio onde mora a vítima."

As situações do cotidiano absurdas muitas vezes, infames outras tantas, inaceitáveis constantemente, nos remetem a acontecimentos como esse: um suposto algoz liberado para conviver com alguém que teria sito a sua vítima.

O inusitado da situação lembra algum desses filmes de TV, quando a vítima tem que se esgueirar, para manter-se viva. Imaginne-se o pânico, a ansiedade, o medo, a insegurança dessa família e especialmente do menino que foi seqüestrado.

A matéria da qual retirei a informação está redigida nesse estilo lamentável que o jornalismo encontrou para ser feito na internet: períodos curtos, texto obscuro, nenhuma sensação de emoção ou indignação com o fato. Trata-se da objetividade omissa, da neutralidade que termina por compactuar com o suspeito.

Frente à situação que poderá passar a viver, esse menino já está se sentindo, por antecipação, na situação de seqüestrado novamente. Está preso ao cárcere do seu medo e acorrentado à masmorra da alma, das coisas terríveis que os humanos sabemos cometer.

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