sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O destino missionário de Xuxa

Caros Amigos,
O JB On Line trouxe um questionamento da maior importância aos seus leitores: quer saber se Xuxa deve se dedicar aos jovens. Já pensou? Importantíssimo: tanto a pergunta, quanto a dedicação de Xuxa aos jovens. Ela, que já tanto bem faz às nossas crianças, deveria agora, missionária e sã, voltar seus atributos intelectuais e éticos em favor da juventude que, coitada, à falta de uma líder como aquela expressiva figura midiática, está perdida, sem saber o que fazer.

Esse tipo de jornalismo, é óbvio, é da maior importância, uma vez que trata de questão de vital essencialidade para todo o País: a participação expressiva de Xuxa em favor das grandes causas, vez que ela é líder nata e, historicamente, tem-se postado ao debate, na discussão dos grandes temas.

Ironias minhas à parte, é claro que o JB quis saber mesmo é se se o leitor-internauta entenderia o momento atual como o mais propício para Xuxa buscar inserir-se no nicho de mercado formado pelo consumidor juvenil. É sabido que ela já praticamente esgotou o filão infantil e em mais uns breves anos estará cumprido o seu ciclo como apresentadora. Mas aí, questiono ainda assim: por que valorizar tanto essa figura, a ponto de pedir opiniões a respeito de seus próximos passos mercadológicos? Por que um jornal perder tempo com isso, quando há assuntos e temas sérios a ser tratados junto ao seu leitorado?

Quando o jornalismo se encaminha para a fatuidade, para a exaltação dos faits divers, especialmente se força um questionamento, como é o caso, está prestando um desserviço ao leitor. Mais que isso, está prestando um desserviço à sociedade, que certamente espera ver, nas páginas, coisas de jornal mais, digamos, consistentes.

Sei que o JB deu fez uma viragem editorial que prioriza a informação espetacularizada; basta ver a diagramação de sua primeira página, e seu conteúdo visual, muito colorido e com o título do jornal em azul. Mas, de alguma maneira, deveria manter em nível mais alto as discussões que propõe a seu leitorado. Infelizmente os tempos mudaram e o velho JB já não é mais o mesmo.
Emanoel Barreto

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