terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Cobras criadas

Caros Amigos,
O Senado Federal cobriu-se de vergonha, ao garantir o mandato do seu ex-presidente, Ranan Calheiros. Contra todos os indícios de quebra do decoro parlamentar, em questão de minutos ele foi absolvido e o processo mandado a arquivo. Pergunta-se: até onde chegaremos, com um Senado assim? Até quando o povo poderá ser achacado com procedimentos desse tipo? Ao que tudo indica, per omnia seculum seculorum...
O ofidiário do Senado, sem dúvida, já estava orquestrado em mãos ocultas, espertalhonas, de quantos as mergulharam no charco do parlamento poluído. O caso Ranan Calheiros é apenas um, mais um, a refletir que tipo de cultura política está firmemente enraizada na vida pública do País. O jogo de interesses, a troca de favorecimentos, facilitações e insidiosas práticas, volta a ser o marco profundamente encravado, ferindo largamente a honradez e respeitabilidade nacionais.
Com isso, permanece e se alastra a desconfiança no que se convencionou chamar de classe política. Isso ofende a cidadania, macula a fé no desempenho dos representantes e os torna como que um bando um quadrilha, a atacar com ferocidade incomum valores éticos, e a devastar, com gênio assombroso e prodigiosa desfaçatez, o respeito e a retidão.
A Nação foi, mais uma vez, vilipendiada. Por favor, um minuto de silêncio.
Emanoel Barreto

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