terça-feira, 27 de novembro de 2007

A derrogação da Lei da Gravidade

Caros Amigos,
As coisas de jornal informam que a ONU colocou o Brasil entre os países que contam com um bom Índice de Desenvolvimento Humano. Custa-me crer que isso seja verdade. Somente algum malabarismo de cifras e estatísticas muito bem manipuladas poderia colocar nosso país em situação socialmente aceitável. Trata-se, estou convicto, de coisa de tecnocrata certamente sem conhecimento da realidade nacional.

É muito fácil, em números, desenhar-se uma dada situação, projetar circunstâncias favoráveis, enunciar feitos monumentais, prever-se a Terra Prometida. A situação brasileira, pela sua estrutura, pela sua conjuntura, não demonstra qualquer evolução social ampla e profunda, voltada para uma mudança de quadro em favor de uma alteração que melhore a vida do grande ser social que se conhece como povo.

Para que se tenha um bom IDH, é preciso que um país tenha uma realidade social, política e econômica de tal maneira dinamizada que, ao passar das gerações, molda uma situação propícia à reprodução de um círculo virtuoso - para usar expressão já meio desgastada -, que impulsione sempre em direção a melhores dias.

Não vejo assim o Brasil. Há, claro, um certo equilíbrio, em relação a quadrantes historicamente recentes, quando a inflação era a peça de resistência dos chargistas, que a representavam com a figura de um dragão. Isso, para tocar rapidamente em um aspecto da vida nacional.

Afora isso, não vejo qualquer mudança profunda na qualidade de vida do povo, ou, para falar o jargão oficial, no Índice de Desenvolvimento Humano, para cuja configuração exige-se o preenchimento de uma série de critérios envolvendo um real e bem qualificado padrão de vida.

Não é culpa do Governo Lula. Este é apenas mais um, no processo histórico em que transcorre a tragédia brasileira. A situação não está boa. Dizer o contrário é como querer derrogar a Lei da Gravidade por decreto.
Emanoel Barreto

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