sexta-feira, 6 de julho de 2007

Coisas de jornal

Caros Amigos,

Coisas de jornal são fatos, são atos,
gritantes, hostis.
São coisas tão tristes,
às vezes alegres, mas são
sempre coisas, coisas de jornal.

Coisas de jornal são tantas,
tão tolas, tão grandes, febris.
São fomes, são gestos,
são medos sem fim.

Coisas de jornal
são protestos nas ruas,
são balas que rasgam,
são vítimas sem paz.
São meninos magros,
meninas em risco,
homens sem emprego,
mulheres, parir.

Coisas de jornal
são coisas da vida,
são coisas da morte,
são egos inflados,
gorduchos de si.

Coisas de jornal
são letras que falam.
Manchetes lampejam
chamando o leitor.
Depois você lê.
Depois joga fora.

Jornal vai às ruas,
grudado de vida.
Vida vira tinta,
lembrança em papel.

Coisas de jornal,
tragédias diárias.
Estranhos momentos,
todos somos sós.

Emanoel Barreto

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