De alguma estranha e perversa
maneira, estamos vivendo uma
nova idade do gelo.
É o gelo cinzento e esfumaçado das
ruas, das casas, dos abrigos
dos desabrigados, das balas e de um
pesado medo.
A idade do gelo que vivemos é a da frieza
dos homens, quando um grito da publicidade
fala mais alto que o abraço, o gesto, o olhar.
A idade do gelo que vivemos é a do dinheiro,
que espalha lucros e fome; trabalho e exploração;
vantagens e perdas; espoliadores e espoliados.
Há uma estranha névoa cinza no mundo
E todos os jornais já nascem velhos,
de tanto que publicam a renovação diária da infâmia.
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