quarta-feira, 14 de março de 2007

TV estatal: para que gastar dinheiro com isso?

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, tenta levar adiante uma proposta que vai de encontro a todos os princípios democráticos que possam ser encontrados na comunicação de massa: a implantação de uma TV estatal, cujo único objetivo é tratar das questões e dos interesses do Executivo. Mas claramente, é uma TV voltada para a exaltação da figura do presidente da República. E isso a um custo de 250 milhões de reais, a ser gastos ao longo do mandato do presidente Lula.

Além de ser um sistema de comunicação preso a um projeto político, e portanto correia de transmissão do ideário do governo e do governante, representará um grave dispêndio de recursos, que melhor seriam aplicados junto às TVs públicas, para que cumpram melhor e com mais qualidade as suas funções de divulgação cultural e jornalística.

Do modo como a proposta está apresentada, sem sequer passar pelo senado e pela câmara dos deputados, representa apenas a criação de um sistema de comunicação de massa monolítico e de mão única, passando, permanentemente, mensagens favoráveis ao governo, num trabalho de agendamento estatal da opinião pública.

É algo atrasado e manipulador. Lembra a determinação getulista que criou a Voz do Brasil, que até hoje agrilhoa todas as rádios brasileiras, obrigadas a retransmitir um programa acrítico e superficial e que, a rigor, não informa nada. Limita-se a relatar atos da burocracia dos três Poderes, num desfile oficialalesco.

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