segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Tudo de cabeça-para-baixo

A principal foto de capa da Folha de S. Paulo mostra uma rua alagada e, nas águas, as imagens refletidas estão invertidas. Ou seja: a cidade está de cabeça-para-baixo.

É uma foto-editorial, cifrada, demonstra a quantas anda a administração da cidade em termos de providências para garantir ao cidadão direito a uma moradia condigna e segura e, estendendo-se sua interpretação, o mesmo diga-se quanto ao Brasil.

No Rio, há uns três dias, foi morto com dezenas de tiros o chefe das milícias, as tropas paralelas à polícia que estão dando cabo dos bandidos, mas extorquindo dinheiro das famílias para impedir a volta dos criminosos.

É a demonstração da fragilidade, da inação, da falta de compromisso do Estado brasileiro. É a visão exata e lamentável das entranhas de uma instituição que estabeleceu-se ao longo do tempo a partir da compromissos espúrios, sórdidos interesses de elites aproveitadoras e finalidades escusas: manter a qualquer custo a situação de privilégios, à custa do sacrifício de gerações, ao longo da história.

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