sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Gastando à toa o meu inglês

Quando o verão se abre em cores e belezas sobre Natal, os turistas estrangeiros chegam como enxame de gente curiosa, quase aflita para aproveitar o sol, o calor, a areia da praia quase brilhando de tanta luz. Natal é uma cidade de lluminosidade muito especial,e esse brilho de alguma maneira se reflete na alma das pessoas. Natal vira um estado de espírito.

A cidade vira um democrático estardalhaço de alegrias. Gente que veio da Escandinávia troca o branco da pele pelo queimado do sol nordestino, gente que veio de outros Estados brasileiros adora essa paisagem de paraíso, gente que veio não-sei-de-onde fica alegre, vira jovem, vira menino.

E os daqui, os que de alguma maneira vivem do turismo, aproveitam para trabalhar e ganhar o seu dinheiro. Então, surge um comércio simples, o comércio dos que sobrevivem de vender água de coco, uma dose de caipirinha, casquinho de caranguejo e uma cervejinha gelada.

Esses, sabe-se lá como, aprendem palavras ou expressões básicas em inglês e saem por aí, pelas praias, vendendo. Sorridentes, oferecem: "Beer?"

E os estrangeiros: "Oh, yes".
E os vendedores: "Tá bem, tá aqui a sua beer."

Às vezes, os vendedores confundem as pessoas. Basta que você seja confundido com um nórdico, para ser abordado. E foi isso o que aconteceu, com a minha mulher e com uma conhada, em férias conosco.

Elas estavam nas imediações da Fortaleza dos Reis Magos, monumental construção portuguesa e um dos símbolos da cidade, quando, de repente, um menino disse: "Beer?"

E mais uma vez "Beer?" Elas não comprenderam a abordagem, até perceber que estavam em meio a um grupo de famílias da Escandinávia.

Como eles acenaram que não, que não queriam a cerveja, o menino passou a pedir: "Money, money."

Afinal, elas, em português, disseram que não queriam nada nem tinham trocado. Sabe qual foi a resposta dele?

"Ah, aqui perdi meu tempo. Estou gastando à toa o meu inglês."

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