quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Meu cachorro "Azeitona"

Minha filha Mirna, mãe de Eduarda, minha neta feita de azul, enviou-me a crônica que segue abaixo. Num texto primorosamente tocante, narra como ganhou e perdeu um amigo, um cãozinho que por dois meses alegrou sua vida. Este é seu primeiro texto neste blog. Tenho certeza de que virão muitos outros, filhinha.

Estava eu dormindo uma tarde de sábado, quando meu esposo me acordou dizendo: “Vou trazer uma surpresa para vocês.” Eu brincando respondi “ Você vai comprar máquina de lavar nova!? .” Ele saiu. Me acordei e ele não voltava. De repente ele abre a porta traz um saco de 15 kg de ração , depois dois comedouros e por fim um cachorrinho .

Eu não acreditei naquela surpresa, pois nós moramos em um apartamento e eu acho que fica muito incômodo tanto para nós como para o animal morar em um apartamento. A primeira semana eu fiquei contrariada com a presença do cachorro , não que eu não goste de animais e que o tratei mal, ao contrário, eu adoro bichos, mas naquele momento eu não pensava ter um animal convivendo conosco.

Mas logo Azeitona (nome escolhido por minha filha) , conquistou a todos. Ele não desgrudava de mim, onde eu ia ele ia atrás, até quando eu ia lavar roupa ou louça ele ficava em cima de meus pés até adormecer.

Pequeno, esperto, orelhudo, amável e carinhoso. De de manhã cedo nos acordava começando a latir querendo atenção, ao me ver latia mais ainda chamando para eu colocá-lo em meus braços. Certo fim de semana viajamos e ele ficou só, agoniado com esta situação, derrubou a tábua que colocamos na escada para ele não entrar nos quartos, roeu sapatos e bonecas.

Quando retornamos estava lá o estrago. No dia seguinte meu esposo tomou uma decisão, entrou em contato com uma pessoa para levá-lo embora, pois, não foi a primeira vez que estragou algo, na sala sempre roía os móveis e se esquecêssemos algo ao seu alcance, ele logo pegava. Mas me pegou de repente. Só soube desta decisão 30 minutos antes de ele ir embora.

Ainda bem que deu tempo de tirar algumas fotos dele de lembrança. A pessoa chegou. Meu esposo entregou-lhe o meu pequeno Azeitona, eu olhei para aqueles olhinhos, cheguei perto dele e ele me lambeu no rosto e balançou o rabinho, parece que percebeu que era a nosssa despedida. Não agüentei e entrei tristonha, já morrendo de saudades.

Já faz mais de dois dias que ele saiu daqui mas não me acostumei com a sua ausência, da mesma forma que ele chegou, de surpresa, ele saiu. A casa está meio vazia. Foram só dois meses de convívio mas que foram suficientes para eu ter me apegado tanto aquele animalzinho, e, que eu só percebi este envolvimento quando eu o perdi...

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