quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Comunidades criminosas: quando o orkut incentiva o bandido

"Hoje é muito difícil não ser canalha.
Todas as pressões trabalham para o
nosso aviltamento pessoal e coletivo."
Nelson Rodrigues

Apesar de todos os esforços do Ministério Público, a representação brasileira do Google nega-se a prestar informações a respeito de sites de relacionamentos que reúnem criminosos. Certamente alega-se a liberdade de expressão, para impedir a ação da Justiça. Assim, conforme Nelson Rodrigues, fica, realmente, muito difícil não ser canalha.

Revela-se também outro aspecto perverso: a incapacidade que o Estado brasileiro tem, via Ministério Público ou Poder Judiciário, de enfrentamento a grandes grupos econômicos, como é o caso do Google.

Na China, o Google aceitou passivamente a censura do Estado, não permitindo que chineses que acessam seu mecanismo de busca tenham o direito de procurar informações que o governo considere como contrárias ao interesse nacional.

Sintetizando: o Google, por interesses mercadológicos, rendeu-se à censura da China, ganhando um grande público; aqui, alegando liberdade de expressão, não permite que sejam retirados da net os grupos que se comunicam com intenções criminosas.

Assim, no país da desordem, vale a ordem para garantir que tudo fique como está: os bandidos se comunicando impunemente, a comunicação servindo à disseminação do crime.

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