domingo, 11 de junho de 2006

Ave, César!

"Quando se aposentarem, por favor,
não fiquem em casa atrapalhando a família.
Tem que procurar alguma coisa para fazer."
Presidente Luís Inácio Lula da Silva.


O presidente Lula deu ontem, numa espécie de ato falho, uma idéia de como vai tratar pensionistas e aposentados, vale dizer os trabalhadores do Brasil, caso venham a se confirmar os maus presságios de sua reeleição: em Serra, no Espírito Santo, ao inaugurar um gasoduto, disse que a sociedade "precisa compreender" que é necessário um aprofundamento na reforma previdenciária.

Em outras palavras, foi uma ameaça ao povo brasileiro que, ante tais observaões, somente pode vislumbrar duas expectativas: o segundo Governo Lula deverá ampliar o tempo de serviço e de contribuição para a aposentadoria ou deverá haver um aumento nas contribuições, ou até mesmo as duas coisas.

Disse também que frente ao aumento da expectativa de vida das pessoas não há como a previdência continuar funcionando nos moldes atuais. Espere: o presidente quer que as pessoas morram mais depressa? Quer que as pessoas morram mais jovens para o Estado, um Estado Tio Patinhas, amealhe mais dinheiro?

Isso me lembra o trabalho do povo egípcio, que vergava sua vida em honra e glória dos faraós, na construção de seus... túmulos. É, pois as pirâmides nada mais são do que túmulos. E a construção de túmulos valia a vida do povo. Hoje, a construção dos túmulos é a manutenção de um Estado cada vez mais distanciado de suas funções de bem-estar social. Quer dizer, mais desumano, mais cruel, mais despótico em sua fome de impostos e quaisquer outras formas de contribuições arrancadas da sociedade.

Não vejo com bons olhos o que vem por aí. Não percebo em nenhum dos pré-candidatos qualquer indicadivo de que as coisas no Brasil venham a melhorar, tanto por motivos macroeconômicos e sociais, quando pela inserção do País na trama da globalização, cujo ideário é o lucro do capital internacional.

Parece que, ao povo, só resta mesmo continuar a construir pirâmides, enquanto o Estado espera que as pessoas comecem, com isso, a morrer mais cedo. E, como os gladiadores, dizer: "Ave César. Os que vão morrer te saúdam."