sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

 Ouvírus da covid às margens plácidas

Por Emanoel Barreto

Um exército de insensatos trabalha no Brasil intensamente batalhando para reafirmar a crença de que a covid em sua versão Ômicron é algo até mesmo benéfico, conforme apregoa o capitão reformado que hoje está presidente da república. Há quem acredite. E entoam o estranho hino ouvírus da covid às margens plácidas.

E o riacho Ipiranga da História, por onde navega a vida do povo, das gentes, de todos nós, tem nas suas margens exatamente aqueles que querem a todo custo trazer a desordem, a confusão, buscam convencer que a covid seria apenas uma espécie de brincadeira de mau gosto, um empurrão que a gente facilmente esquece. Deixa pra lá, não é mesmo?

Com isso, o hino do ouvírus da covid às margens plácidas tem os já citados, que o cantam em uníssono. Eles esperam, desejam, querem que as pessoas não se vacinem, pelo menos não tomem a segunda dose, ou se assim o fizeram que esqueçam a dose de reforço.

Os argumentos em defesa da covid são os mais absurdos e vão desde o anúncio de que um menino tomou a vacina e morreu; uma mulher passou mal; alguém disse num sei o que da vacina, esse num sei o que fez num sei o que lá com uma velhinha e ela caiu seca no chão, e por aí vai.

Políticos, notadamente prefeitos, liberam o carnaval em via pública, mas, claro, tomando-se todas as precauções e cumprindo-se os requisitos que vão garantir aos foliões que podem se reunir e nada lhes acontecerá. Mas são apenas safados. O ouvírus não negocia nem respeita nada ou ninguém que ouse desafiá-lo. Mas os safados querem festa.

Somos enfim o Brasil. Sei que não somos exceção. Lá fora há países onde esse tipo de loucura também se apresenta. Afinal, somos todos humanos e errar faz parte dessa humanidade tão nossa e tão troncha.

Aqui a vacinação, todavia, cresce. Ainda bem. Mas é doloroso ter de ouvir de muitos histéricos a voz pilantra que diz: “Ouvírus da covid às margens plácidas.”

 

 

 

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