Bolsonaro: quem cava buraco afunda com ele
Por Emanoel Barreto
O corre-corre de Bolsonaro em cima de sua motocicleta para cima e para baixo tem uma explicação: como não há mais multidões a aplaudi-lo ele sai à testa de uma grei de insensatos em busca de um tempo que passou, o tempo da grotesca glória que o levou ao Poder.
Mas quem cava buraco afunda com ele. E se colhe o que se planta. Ele cavou fundo demais e agora o buraco virou abismo; a colheita de suas vinhas da ira já é amarga. Esse vinho não embriaga; desespera.
Bolsonaro está procurando multidões. E como não as encontra – por força do governo que começa a se esboroar –, sai em sua moto como que gritando: “Ei! Eu estou aqui! Pense em mim! Olhe pra mim! Liga pra mim; não, não liga pra ele!” – ciente de que nas pesquisas, o “ele” tem nome e esse nome é Lula. Não é um elogio a Lula. É uma constatação.
Diante disso, dessa realidade do surgimento de um “ele”, o corre-corre das motocicletas além de suprir o vazio deixado pela perda de apoio popular, como mostram as pesquisas, serve também para tentar fazer-se lembrar. O mito está michando.
Isso é bastante claro. Ou você acha que se multidões estivessem se reunindo para defendê-lo frente às acusações da CPI da covid ele estaria correndo sem destino com seus motoqueiros, implorando atenção e destaque na mídia?
Frente ao quadro instalado ele parte para a formulação de acontecimentos que até há algum tempo eram chamados de factoides, acontecimentos falsos, fabricados somente para aparecer na imprensa, TV e internet.
Mas os falsos acontecimentos não o salvarão. A crise é feia. Não é uma gripezinha política. Bolsonaro então sobe na moto, junta quem o deseje acompanhar e na busca de multidões na verdade empreende fuga. Essa a realidade: ele está em fuga de um governo sem destino.
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