Os políticos e a garrafa
de rum
Quando criança li um livro de
piratas. Lembro de uma cena em que o autor, cujo nome não recordo, mencionava
versos de uma suposta canção dos bandidos comemorando um butim.
Dizia: “Quinze homens sobre o baú
do morto, oh-ró-ró!/ E uma garrafa de rum, 0h-ró-ró!/O diabo e a comida
cuidavam do resto, 0h-ró-ró!/E uma garrafa de rum, 0h-ró-ró!”
Veio-me hoje à memória essa
imagem, para mim metáfora perfeita da situação vivida hoje pelo país: políticos
inconfiáveis, tipos suspeitos, indivíduos envoltos em inquéritos,
aproveitadores e desatinados, há de tudo sobre o baú do morto. E, claro, muitas
garrafas de rum.
No entanto, não podemos parar e
haverá o momento em que deveremos escolher.
Como cidadão e jornalista optei
por assumir a, por enquanto, a perplexidade como forma de observação, ter visão crítica até tomar decisão a
respeito de alguém que seja merecedor de voto; sabedor, como disse no texto de
ontem, que em política não há santos.
É preciso ter consciência de que
hoje o país está nas mãos, melhor dizendo nas garras de sujeitos lamentáveis,
perigosos, avessos aos mais mínimos princípios de ética ou respeito.
Há perigo na esquina da História.
E há quinze homens sobre o baú do morto.
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