terça-feira, 25 de abril de 2017



Dinheiro sujo no Banco do Brasil

O site Poder 360 trata do escândalo denunciado hoje pela Folha de S. Paulo, quando o jornal dos Frias aborda concorrência publicitária do Banco do Brasil: já estava tudo combinado e o jornal paulista sabia antecipadamente. 

Quando saiu o resultado a Folha denunciou.
Nada menos que R$ 500 milhões por ano serão embolsados pela empresa Multisolution, ganhadora do certame. A empresa jamais havia atuado com propaganda de entidades públicas. Segue o texto do site. Comento logo em seguida.
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A Multisolution, ex- agência da cerveja Itaipava, ficou em 1º lugar na 1ª fase da licitação de publicidade do Banco do Brasil, uma conta de R$ 500 milhões por ano, que pode chegar R$ 3 bilhões caso sejam feitas as prorrogações autorizadas no contrato. O resultado do certame foi registrado com antecedência em cartório e em 1 anúncio em jornal.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta 3ª feira (25.abr.2017) informa que soube com antecedência qual seria a agência de publicidade vencedora da licitação do Banco do Brasil. Registrou a informação em cartório no dia 20 de abril. Publicou depois 1 anúncio cifrado no domingo (23.abr.2017).

A Multisolution é uma agência que ficou conhecida no mercado por comandar a conta da Cervejaria Petrópolis, fabricante da Itaipava. A empresa é de Walter Faria e foi citada nas delações da Odebrecht (eis o pedido de inquérito a respeito).

A Multisolution cultivou boa relação com 1 sobrinho de Faria. Manteve a conta da Itaipava até há alguns anos. Após ficar ser esse contrato, desidratou no mercado. Nunca havia se aventurado em publicidade estatal. Na 1ª tentativa, segundo o resultado da licitação do Banco do Brasil, ficou em 1º lugar –o que é raro nesse mercado, pois esse tipo de trabalho tem várias idiossincrasias.

R$ 3 BILHÕES EM 6 ANOS
A conta do Banco do Brasil é a maior em disputa no país. São R$ 500 milhões por ano, renováveis por outros 5 anos. Ou seja, R$ 3 bilhões. Eis o edital. É cifra para Lava Jato nenhuma colocar defeito.
Além da Multisolution, estão classificadas na concorrência do BB a Nova S/B (especializada em contas de governo) e a Z+, do grupo Havas, empresa de capital aberto francês.
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O dinheiro e a mão estendida

A fabulosa cifra de 500 milhões, a estonteante quantia de três bilhões fariam corar até mesmo o biliardário personagem Tio Patinhas. É dinheiro demais para tão poucos, quando tantos precisam ter o mínimo. 

E o pior: é dinheiro a ser espalhado com... publicidade. O que o Banco do Brasil tem tanto para anunciar? E mesmo que como empresa deva buscar garantir-se no seu segmento de ação, seria preciso mesmo gastar tanto?

Suponho que num país como o Brasil esse dinheiro poderia ser mais bem empregado. 

Exemplo: aplicar toda essa dinheirama em programas contra o analfabetismo e as deficiências no ensino, superar o lamentável atendimento à saúde pública, agir com firmeza contra a insegurança generalizada e a péssima situação das estradas, além de ações efetivas no Nordeste para que aqui possamos conviver com a seca. 

Não podemos esquecer outro problema relativo à licitação: ao que tudo indica, houve beneficiamento à empresa vencedora. Mais claramente: o processo está envolto no manto sujo da corrupção. 

Pergunta-se: a quem aproveita o crime? Ou seja: quem é ou quem são representantes do banco que, com tal manobra, ganharão com o resultado da licitação? É lícito supor que o caso será apurado. Perdão: é mesmo licito supor que o caso será apurado?

Veremos, veremos. 

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