Dinheiro sujo no Banco do Brasil
O site Poder 360 trata do
escândalo denunciado hoje pela Folha de S. Paulo, quando o jornal dos Frias
aborda concorrência publicitária do Banco do Brasil: já estava tudo combinado e
o jornal paulista sabia antecipadamente.
Quando saiu o resultado a Folha
denunciou.
Nada menos que R$ 500 milhões por
ano serão embolsados pela empresa Multisolution, ganhadora do certame. A empresa
jamais havia atuado com propaganda de entidades públicas. Segue o texto do
site. Comento logo em seguida.
....
A Multisolution, ex-
agência da cerveja Itaipava,
ficou em 1º lugar na 1ª fase da licitação de publicidade do Banco do Brasil,
uma conta de R$ 500 milhões por ano, que pode chegar R$ 3 bilhões caso sejam
feitas as prorrogações autorizadas no contrato. O resultado do certame foi
registrado com antecedência em cartório e em 1 anúncio em jornal.
Reportagem
do jornal Folha de S.Paulo
desta 3ª feira (25.abr.2017) informa que soube com antecedência qual seria a
agência de publicidade vencedora da licitação do Banco do Brasil. Registrou a
informação em cartório no dia 20 de abril. Publicou depois 1 anúncio cifrado no
domingo (23.abr.2017).
A
Multisolution é uma agência que ficou conhecida no mercado por comandar a conta
da Cervejaria Petrópolis, fabricante da Itaipava. A empresa é de Walter Faria e
foi citada nas delações da Odebrecht (eis o pedido de inquérito a respeito).
A
Multisolution cultivou boa relação com 1 sobrinho de Faria. Manteve a conta da
Itaipava até há alguns anos. Após ficar ser esse contrato, desidratou no
mercado. Nunca havia se aventurado em publicidade estatal. Na 1ª tentativa,
segundo o resultado da licitação do Banco do Brasil, ficou em 1º lugar –o que é
raro nesse mercado, pois esse tipo de trabalho tem várias idiossincrasias.
R$
3 BILHÕES EM 6 ANOS
A conta
do Banco do Brasil é a maior em disputa no país. São R$ 500 milhões por ano,
renováveis por outros 5 anos. Ou seja, R$ 3 bilhões. Eis o edital. É cifra para Lava Jato nenhuma colocar
defeito.
Além da
Multisolution, estão classificadas na concorrência do BB a Nova S/B (especializada em
contas de governo) e a Z+,
do grupo Havas,
empresa de capital aberto francês.
.......
O dinheiro e a mão estendida
A fabulosa cifra de 500 milhões,
a estonteante quantia de três bilhões fariam corar até mesmo o biliardário personagem
Tio Patinhas. É dinheiro demais para tão poucos, quando tantos precisam ter o
mínimo.
E o pior: é dinheiro a ser
espalhado com... publicidade. O que o Banco do Brasil tem tanto para anunciar? E
mesmo que como empresa deva buscar garantir-se no seu segmento de ação, seria
preciso mesmo gastar tanto?
Suponho que num país como o Brasil
esse dinheiro poderia ser mais bem empregado.
Exemplo: aplicar toda essa
dinheirama em programas contra o analfabetismo e as deficiências no ensino, superar
o lamentável atendimento à saúde pública, agir com firmeza contra a insegurança
generalizada e a péssima situação das estradas, além de ações efetivas no
Nordeste para que aqui possamos conviver com a seca.
Não podemos esquecer outro
problema relativo à licitação: ao que tudo indica, houve beneficiamento à
empresa vencedora. Mais claramente: o processo está envolto no manto sujo da
corrupção.
Pergunta-se: a quem aproveita o
crime? Ou seja: quem é ou quem são representantes do banco que, com tal
manobra, ganharão com o resultado da licitação? É lícito supor que o caso será
apurado. Perdão: é mesmo licito supor que o caso será apurado?
Veremos, veremos.
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