quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

É triste mas é verdade



Mais de 100 milhões de olho no BBB

“O Brasil tem uma população de 204.450.649 habitantes, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicados nesta sexta-feira (28) no Diário Oficial da União. Os dados são estimativas de população feitas com base no dia 1º de julho de 2015.”
Divulgação

A informação, historicamente recentíssima, eu a obtive no UOL. E, junto à Folha online encontrei aterradora informação: nada menos que 103 milhões de pessoas perderam seu tempo e seu dinheiro “votando”, terça-feira última, para eliminar uma participante do BBB. A tipa chama-se Juliana. 

Sei que seria exigir demais do senso comum um nível maior de consciência e resposta crítica a programas como o BBB, Faustão e quejandos. 

Mas chegarmos ao ponto de literalmente a metade da população do país responder positivamente à imbecilidade de Pedro Bial e seus chamados, e, a partir disso, gastar dinheiro massivamente com o BBB, é preocupante. Pior: repugnante.

Vale perguntar: como pode um povo ficar tão mesmerizado por um programa estúpido a ponto de valorizá-lo como algo importante e essencial e viver assim uma espécie de narcose social? 

Resposta: é porque a papoula do BBB já estava plantada. Há tempos as pessoas já viviam seus delírios cotidianos com outros programas televisivos; o BBB foi a quintessência, a suprema sofisticação, o desaguadouro naturalizado para as angústias do cotidiano. O dinheiro está pouco? – BBB na cabeça; saúde pública é um problema? – BBB de novo; violência nas ruas? – mais BBB.  

Claro que tais atitudes não são única e exclusivamente brasileiras. Imbecis existem em todo o mundo. E programas televisivos deploráveis também. Tanto que o Big Brother veio da Holanda, criado em 1999 por alguém chamado John de Mol, um elemento ligado à produção de espetáculos televisivos.

Esperto, ele desvirtuou a obra de George Orwell e a transformou nisso que vemos anualmente.  

A Rede Globo tornou-se franqueada e agora explora, no pior sentido da palavra, essa mina de ouro midiática, mais uma, para a emissora dos Marinho. Outras jazidas da Globo são o carnaval, as corridas de fórmula um e a seleção brasileira. 

Suponho que a grande jogada do BBB são as “eleições” que o programa faz. Veja só: os solertes participantes são submetidos a escrutínios durante as sórdidas disputas internas na “casa mais vigiada do Brasil”.

As votações dão ao telespectador a sensação de participar, influir, opinar e decidir; acima de tudo decidir o destino do magote de homens e mulheres encerrados na tal casa. Já pensou? Importantíssimo, né?

A produção da Globo exacerba sentimentos e atitudes como trapaça, cobiça, deslealdade, submissão. Enfim, safadezas e desfalecimentos morais de todos os tipos. Prefiro não entrar nos detalhes, se é que me entende. 

Enfim, temos mais uma edição do BBB. Diante de tudo isso, digo: Basta de Baixaria no Brasil. É melhor que dizer: Brasileiro é Bastante Burro.




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