sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A crise política ou cuidado, há perigo na esquina



É preciso impedir o golpe

Lula toma posse ao lado de José Alencar https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Alencar
“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.” O provérbio é algo mais que uma tradicional manifestação da sabedoria popular; no que diz respeito à atual situação do PT é o encaixe de luva perfeito, a mais exata expressão da verdade. Ou seja: ao acatar há muito tempo a companhia viciosa de partidos cujo perfil não dizia respeito às propostas históricas, à sua essência inicial, o Partido dos Trabalhadores começou de dentro para fora sua operação desmanche. 

E o resultado está aí: o PT transformado em grupo alvo de escárnio, visto como um magote de políticos espertos, corruptos, gente safada, sedenta de negócios nas câmaras secretas do poder. O PT como sinônimo de patranha.

Ao associar-se ao que há de pior na política brasileira o partido tornou-se uma sua extensão. E, pelos desvãos da história, permitiu que chegássemos ao ponto que chegamos: vemos que um chantagista, elevado ao posto de presidente da Câmara leva o país à beira do abismo. 

Veja só: mesmo sabedor de que ao final do processo – com impeachment de Dilma ou não –, sairá do pesadelo para entrar na história como um lazarento, ele não recua. Sabe que logo será repudiado até mesmo pelos que hoje dele se utilizam para semear o caos, mas não para; esporeia seu sórdido apocalipse sob o aplauso da malta de desavergonhados e segue para seu próprio desastre.  

E tudo, de alguma forma, tem origem distante, tem começo quando o PT, ainda em 2002, firmava aliança com o PL, que lhe cederia como vice o empresário José Alencar. Ambos foram eleitos em 2003. A paradoxal relação dava os indícios da falta de sustentação ideológica do PT: uma chapa que tinha alinhados um trabalhador e um patrão. Não há incoerência maior.

E mesmo o partido cumprindo com algumas propostas de atenção a questões e reivindicações populares, como o programa de casas populares e o programa Mais Médicos, a essência estava corroída: havia feito concessões demais, estava longe demais da praia de onde partira sua nau. E o pior: a assunção ao poder contaminara gente do partido. A miserável condição humana gestou a corrupção e a pecúnia. O noticiário é suficiente para não exigir maiores comentários a não ser lembrar: quem convive com porcos farelo come. 

Agora chega a vez de Cunha e seus conluiados. A fogueira está já ardendo e a ela não faltarão achas de lenha, loucura e más intenções: o poder açulou demais a matilha do PMDB e cia. O PSDB que o diga. 

Apesar de tudo, é preciso impedir o golpe. O discurso salvacionista apresentado pelos que se valerão do impeachment é essencialmente matreiro: o que se deseja é, em última análise, aniquilar conquistas dos trabalhadores e entregar o país a interesses inaceitáveis. Frente e isso, mesmo amargurado, meio desalentado, grandemente perplexo e totalmente enojado só sei de uma coisa: é preciso impedir o golpe. 

ZOORÓSCOPO 

Tamanduá: é o falso amigo. Você sempre poderá contar com ele para, nos momentos de perigo, sofrimento ou incerteza receber um abraço. Depois, aguente as consequências...


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