sábado, 20 de abril de 2013



Tanto horror perante os céus

Dzhokhar Tsarnaev. O nome, quase impronunciável por um ocidental, designa o jovem suspeito de haver participado das atrocidades praticadas em Boston. Quero tratar da tragédia, aqui, de um ângulo que, pelo calor do momento, o jornalismo hard não tem tempo de fazer: tomo como referência o aspecto existencial, o humano, o trágico, patético, demencial ou quase isso, desse rapaz.
 

O ser humano em sua ira. Ira transformada em causa; e as causas justificam tudo. Aliciam, consomem, adoidam e mandam que as pessoas assim justificadas se atirem às mais tortas intentonas.
Reprodução/Twitter.com/abc7 - Da Folha de S. Paulo
Seu sofrimento, sua dor vertida em ideologia santificam todos os gestos.

 E lá se foi ele, armado, tonto, ao lado do irmão, “justiçar” multidão festiva em sua maratona. Depois, um depois terrível, tornou-se o acossado, o perseguido, a fera a ser detida. E terminou assim, acabou como está na foto. Colou-se na imagem tétrica que personifica o monstro , nos mostra o monstro ferido. E que, mesmo ferido, parece estar algemado.

Ó tempos, ó costumes! Tudo tão triste, tão triste, na vida e miséria humana – não vale a pena tal luta. Espero jamais rever tanto horror perante os céus.

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