O papa e os poderes de Roma
A vinda
do papa Francisco implicou, no plano jornal-midiático, uma polifonia opinativa,
gestos retóricos os mais diversos; cada um buscando dar uma explicação, uma
interpretação a respeito do significado da visita. Este é apenas, em processo
de metalinguagem, mais um dos tais textos. Curto, muito curto.
Fica bastante
claro que Francisco diverge por completo de todos os que o antecederam. A partir
do fato de ser latino-americano. E surge num contexto em que a Igreja enfrenta
literalmente concorrência com o protestantismo, especialmente em suas facções mais
comerciais, pregadoras que são de uma certa teologia da prosperidade ou algo
que o valha.
O papa
vem no sentido oposto: valorização dos pobres, respeito às pessoas que estão em
tal condição de classe, não aliança com a busca de sentido para a vida via ganho
montanhas de dinheiro. Ou uma religião tio patinhas.
Parece-me
que, em meio à crise que vive, a Igreja é instada pelo seu chefe supremo à busca
de novos caminhos. Para tanto terá que conviver – e vencer – os poderes interna corpore ao
Vaticano, o lado mais, digamos, mundano da Igreja. Aquele lado que tem um banco
poderoso, é envolvido com pedofilia, acata preconceitos.
Se começar
a vencer isso já será um bom começo de caminho.
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