sexta-feira, 19 de julho de 2013

A guarda municipal e a epidemia da repressão



O Detefon da repressão

Ver na net as cenas de ontem, quando estudantes foram atacados pela guarda municipal com choques e sray de pimenta, deu-me a exata sensação de presenciar um ato de teatro do absurdo, ou seja: a violência partiu daqueles que deveriam impedir a violência. Mas, por efeito do espelho mágico da ideologia, os estudantes é que foram os “violentos” ao protestar na Câmara Municipal de Natal.

Mais que isso, a perversidade da situação se expressava da seguinte forma: como se fossem perigosos insetos os estudantes eram dedetizados com aquele cruel armamento. 

Na verdade quem precisava de Detefon eram os guardas; eram eles os insetos, eram eles os portadores, os vetores do vírus dessa, digamos, bio-violência, bio-brutalidade que tão bem sabem exercitar nos laboratórios da repressão que ataca os atos públicos. 

Rapazes foram atacados, moças foram agredidas; puxadas pelos cabelos, arrastadas. Muitos dos manifestantes levaram choques. 

Lamentável. 

Então, diante do que se viu, a constatação é de que a epidemia de violência contaminou o aparelho repressivo. A vacina contra essa epidemia é a palavra, o grito corajoso, firme, dos jovens. A serena firmeza de dizer não.

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