Papas na língua
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O
processo de escolha de um novo papa, tradicionalmente cercado de expectativas,
ganha expressão midiática, assumindo ares de reality show. Com a Igreja envolta
em casos tipicamente laicos, melhor dizendo, mundanos, pecaminosos, a eleição
do novo sumo pontífice assume conotações políticas e de marketing.
Do ponto
de vista político o novo papa precisará ter competência para dialogar com uma
sociedade ocidental em transe. Ou seja: com o esgotamento do modelo eclesial hegemônico,
será necessário ter atitude compatível com o momento para manter espaço de
poder, e isso depende muito da quantidade de fiéis que componha o seu rebanho. Quanto
maior for esse número maior será o poder. E isso, sabemos, já não é tão patente
quanto em épocas passadas.
Muitos
abandonam a Igreja para formar ao lado de congregações que prometem a seus
seguidores dinheiro e felicidade neste mundo. Outros, simplesmente, não querem
mais saber de religião e pronto. O poder, então, começa então no processo de
cativar e fidelizar os crentes, para, a partir daí, colocar-se e instituição em
condições de apresentar-se de forma competente em seu campo de atuação.
A Igreja,
além do mais, deverá ser mais marqueteira. A entidade vive uma crise de
comunicação de seus valores e sua alta hierarquia sabe disso. Dogmas e
procedimentos tradicionais batem de frente com uma sociedade cada vez mais
laica e de costumes liberais. Afora isso, há a questão das injustiças sociais,
que exigem da Igreja alguma forma de posicionamento; porque também de pão vive
o homem.
De qualquer
forma a instituição tem prestígio. Tanto que as TVs do mundo, jornais também, abrem espaço para a cobertura do acontecimento. O que não se dá,
por exemplo, com a escolha do sucessor do dalai lama, uma vez que o Ocidente é hegemônico
até mesmo na comunicação global de seus valores.
De qualquer
maneira estamos em vias de ter um novo papa em Roma. O novo papa está em todas
as línguas da tagarelice mundial.
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