domingo, 28 de março de 2010

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O silêncio dos desgraçados
Emanoel Barreto

Passsada a  fase sencacionalista do julgamento e condenação de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, o casal entrará para o que poderia ser chamado de o silêncio dos desgraçados. Trata-se, em todos os casos, de um acontecimento perverso: das suas origens hediondas até o comportamento jornalístico, que elevou a níveis de histeria a comoção do senso comum.

De alguma forma houve uma catarse coletiva, quando todos os males da nossa sociedade foram como que purgados na condenação dos dois. Crime houve, punição deve haver. Todavia, não é papel do jornalismo exarcerbar o tumulto dos ânimos populares. Se o Direito é manifestação de civilidade, o grito das multidões não deve servir, como mercadoria, às empresas jornalísticas para faturar audiência.

O silêncio dos dois desgraçados, seu calabouço social, deveria ser a pena em si. Jamais a imprensa agindo como falsa consciência desse mesmo social.

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