segunda-feira, 12 de outubro de 2009


As lições do "Salve geral"
Emanoel Barreto

O filme "Salve geral", da mesma forma que a produção "9mm SP" trata da questão de como os criminosos estão de tal forma organizados que podem ameaçar a sociedade por inteiro. E as autoridades, acuadas, "negociam" com os criminosos.

Ambas as produções, longe de serem filmes de aventura no gênero policial, tratam de um tema de importância: a fragilidade do Estado brasileiro levada ao extremo. O Estado é frágil e incompetente seja na saúde, na educação, na saúde e, claro, na segurança.

A situação-limite descrita no Salve geral é somente ficcional na parte em que trata da mãe de classe média e seu desespero por salvar o filho, envolvido em assassinato. Ponto. Depois, tudo o que se passa é referido por episódio de barbárie que teve São Paulo, capital, como epicentro do terremoto social.

O que ocorreu, em termos de ataques a delegacias e postos policiais, incêndio a ônibus e morticínio foi bem real, muito real. Foi, plenamente, terrorismo, mas não se acionou um aparato de contenção - quero dizer bélico - à altura, para conter os bandos de criminosos.

A sociedade ficou à mercê das hordas, mas em nenhum instante se cogitou o uso das Forças Armadas para seu enfrentamento. Isso é um dado histórico. Pode repetir-se? Pode. E temo que, novamente, venhamos a ter um banho de sangue. Pode?


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