terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Os podres Poderes
Emanoel Barreto

A genial charge de Angeli, na Folha, representa literalmente a perversa e monstruosa política brasileira. Câmara e Senado formam uma entidade acima, além e adversa ao ser coletivo a que chamamos povo. Muitos homens e mulheres bem remunerados, mimados por privilégios que envergonhariam a qualquer pessoa decente, trabalham ininterruptamente em proveito próprio.

Alguém dirá: "Ah! Mas não são todos." Claro que não são todos. Mas a estrutura, o cerne congressual é embolorado por outro ser também muito nosso conhecido, a corrupção e esta, de alguma forma, inclui em seu abraço largo até os bem intencionados. Corrupção aqui em sentido amplo, abrangendo decisões que beneficiam grupos, toldam direitos dos trabalhadores e enegrecem o sentido ético da política.

Quer ver? Basta lembrar as decisões partidárias que obrigam até mesmo os bons a se curvar ante interesses tenebrosos, estarrecedores. As elites e seus interesses dominam o Congresso e dele se valem como coisa própria. Daí porque a validade da charge, com alto poder de fogo editorial.

Com a intenção típica das charges, ela se utiliza do humor sátiro e corrosivo para demonstrar os podres dos Poderes. Faz-nos rir, mas faz-nos também lamentar.

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