O capital quer dinheiro
Emanoel Barreto
Trabalhadores e pobres do mundo inteiro estão apreensivos: o capital tem fome. Depois da farra financeira dos bancos americanos, gente que não tem nada a haver com isso está pagando a conta. Paga com desemprego, medo de perda do emprego e paga com dinheiro que o Estado encaminha às empresas para sustentar exatamente o culpado pela crise instalada: o capital.
Do mesmo modo que o chamado socialismo real apresentou a face cruel daquela formulação socialista, os fundamentalistas do mercado agora são chamados pela história a dar seu depoimento: está desfeita a máscara e o mercado mostra que não é nada daquilo que se dizia: elemento resolutivo para qualquer imprevisto econômico, agente coletivo dinâmico cujas forças internas tinham condições quase divinas para demarcar rumos.
O que se vê é uma situação mundial perversa, com o Estado sendo chamado às pressas pelas empresas a fim de lhes garantir sobrevivência. É uma espécie de chantagem: se isso não for feito, a falência do sistema levará de roldão milhões de pessoas ao desespero e estará instalado o caos total. Ou seja: é preciso salvar os muito ricos, a fim de que os pobres consigam pelo menos uma tábua de salvação - já que o transatlântico do capital não comporta ocupantes de segunda classe.
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