segunda-feira, 28 de abril de 2008

Nem tudo são flores

Caros Amigos,
O anúncio do envolvimento de Ronaldo com travestis, exatamente num período em que o jogador vive momentos de recuperação de uma cirurgia, mais uma, exibe o lado perigoso, lamacento da fama. O craque, que teve a carreira já interrompida várias vezes por acidentes sofridos em campo, já não ostenta mais a aura de melhor do mundo e, parece, vê sua trajetória encaminhar-se para escanteio.

Esse é o preço a pagar pela celebridade, pela exposição de mídia intensa e voraz. Quando se atinge tais alturas, a pessoa célebre anexa à sua personalidade, mesmo sem querer, a figuração do ídolo, do perfeito. Torna-se um apolo, especialmente quando se trata de atletas, de quem se exige arrojo, ímpeto e coragem nas disputas. As vitórias são os louros olímpicos, a consagração perante as multidões a quem se dá pão e circo. Esquece-se que uma coisa é o atleta, o mágico da bola; outra, o homem, a pessoa, falível e efetivamente falha.

Então, a juventude passa, a boa forma escasseia, vêm os reveses e o ídolo, se não busca preservar-se, resvala para a condição de mortal comum, despido das vestes falsas do esporte olimpiano. Ronaldo, com a vida pessoal exposta às coisas de jornal, parece prenunciar que a decadência começa a pesar-lhe aos ombros.
Emanoel Barreto

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