quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ferro, sangue, fogo

Caros Amigos,
A violência volta a mostrar sua face mais indignamente brutal no Quênia.
A eleição presidencial, como espoleta do ódio, permitiu a explosão de ódios tribais, distribuindo com espantosa eficácia, dor, medo e sofrimento. É lamentável como, na África, populações inteiras são submetidas a sistemas sociais onde imperam situações históricas que privilegiam minorias e repartem, sobejamente a fome, a exclusão, a angústia.

E tais situações devem ser debitadas aos países ocidentais que, especialmente a partir do século 19, intervieram de forma espoliadora e desumana sobre povos e culturas consideradas por tais países como bárbaras e inferiores. A simetria material e econômica entre povos tão diversos, assegurou ao Ocidente uma cruel e longa hegemonia sobre os povos africanos dominados e colonizados.

O resultado é o que vemos agora: povos, cuja identidade foi violada, herdaram, após a saída dos colonizadores o que deles havia de pior, somando-se a isso as desavenças internas. O Quênia, em seu momento atual, é apenas mais uma demonstração de como a África precisa encontrar-se em seu destino. A brutalidade que jornais e TVs de todo o mundo exibem é reflexo tristemente claro do quanto homens, mulheres e crianças, naquele continente, sofrem com o peso esmagador do abandono, da corrupção, da insensibilidade.
Emanoel Barreto

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