Caros Amigos,
O bispo de Barra (BA), D. Luiz Flávio Cappio, até esta tarde mantinha a greve de fome, em protesto à transposição das águas do Rio São Francisco. Essas atitudes de greve de fome são uma forma de chamar a atenção da sociedade via mídia. São uma atitude de extrema, garantindo-se ao seu autor ou autores visibilidade, na busca de fazer valer seus pontos de vista.
São aceitáveis, quando tratam de assunto de importância social e histórica irrecusável, como o despertar de uma ação de salvação nacional, numa mobilização em larga escala, que somente possa ser despertada por uma ação extrema, como a greve de fome.
Não é o caso, quando se trata do São Francisco. Estudos comprovam a viabilidade do projeto e sua importância para o semi-árido de vários Estados nordestinos. E mesmo que surjam argumentos contrários, não são suficientemente fortes para que se tome tal atitude.
Uma greve de fome assume aspectos e contornos de martírio: nesse caso, a auto-imolação de alguém em favor de uma causa maior. Dom Cáppio, inegavelmente um homem sério e de incontestável honradez, cometeu um equívoco, ao se propor a tanto. Haveria outros modos, como por exemplo, convocar a sociedade civil a se manifestar. Tem carisma a condições para tanto. Será lamentável se vier a morrer, pois sua presença seria reclamada sempre, em favor de outras causas.
Emanoel Barreto
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