sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

O Big Brother Brasil, os tolos e a realidade falsificada

Anuncia-se para janeiro a sétima edição do Big Brother Brasil. Detalhe: a imprensa fala em "mistério" cercando o programa, quando não há mistério algum: a Globo forja um clima de expectativa a respeito de uma lamentável realização televisiva. E por um fator muito simples: o BBB é totalmente previsível e se constitui unicamente numa seqüência de tolices cuja sordidez mercadorizada mobiliza as atenções de milhões de pessoas.

Fala-se que é um reality show. Realidade, ali, é algo que não existe. Os participantes cumprem um roteiro comportamental que só aparentemente é espontâneo, em busca do ganho de um prêmio em dinheiro. Todos os concorrentes agem segundo uma espécie de caos cifrado. Quem quebra as regras, brigando para valer com um adversário, é advertido.

No último programa, o desentendimento entre dois participantes foi editado para impedir que a troca de desacatos não fosse mostrada em toda a sua crueza. Ou seja: quando ocorreu algo "real", a realidade foi ocultada. A troca de insultos poderia ferir a sensibilidade do público e prejudicar, mercadologicamente, o produto.

Detalhe a respeito da farsa: as informações na imprensa indicam que todos os futuros BBBs já foram escolhidos. As inscrições são apenas um apelo à curiosidade massiva. Quem busca aparecer no BBB, apenas se expõe ao ridículo e pode terminar por ser apresentado no Fantástico como um bufão, um tolo que sucumbiu à tentação de ser famoso por quinze minutos.

Produtos como o Big Brother Brasil são uma fórmula escapista, uma saída de emergência, um ralo social por onde escorrem as mazelas de uma sociedade onde falta pão, mas sempre sobra circo. BBB: é verdade que é mentira.

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