"Os presidentes passam, a imprensa fica."
(Sylvino de Godoy Neto, presidente da Associação Nacional de Jornais.)
A partir de hoje, estarei publicando trechos do meu livro "Crônicas para Natal - as crônicas do Jornal do Dia".
São visões, entendimentos, momentos, captados de Natal, seus momentos, seu povo, suas belezas e misérias, grandezas e limitações. A crônica abaixo volta-se para as favelas de Natal. Favela enquanto instante social grafado na geografia dos dramas da minha cidade. Seus moradores são, como diz o título, "Donos de nada".
É uma crônica curta, como curtos e pobres são os dias dos que têm o nada como propriedade e estilo de vida. Vejamos:
Diagrama da pobreza, descaminho dos donos de nada, a favela é o rumo perdido, o norte desorientado.
Alagada de problemas, passada de dores, a favela é o universo dos que vivem em vão. O povo tem a fome tatuada na boca.
E se apresenta como alguém que perdeu a própria sorte.
Favela. Ali, são todos passageiros. Dormem nas nuvens da incerteza e se alimentam de todas as dores do mundo.
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