segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O povo que fica pra depois...



 Nossos pobres deuses de televisão

No período eleitoral nos surgem

deuses que prometem fadas, anunciam sonhos e

proclamam fábulas, eras fabulosas. 


Deuses construídos de suas próprias ruínas,

salvos de sua própria condição humana,

remidos de todos os seus passados;

santos de última hora, bondosos de televisão. 


Pobres deuses esses nossos; tão humanos e tão falhos. 


Tristes de nós,

que precisaremos escolher

um desses pobres deuses

e dele desejar 
que nos obre o milagre,

 um milagre,

qualquer milagre.


 Esse milagre será qualquer coisa que amanhã

esse deus de vídeo teipe possa anunciar como coisa santa, como obra sua, como gesto eterno.

Depois vem o depois. 
E o depois é o povo; que sempre fica pra depois...


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