Nossos pobres deuses de televisão
No período eleitoral nos
surgem
deuses que prometem fadas, anunciam sonhos e
proclamam fábulas, eras fabulosas.
Deuses construídos de suas próprias
ruínas,
salvos de sua própria condição
humana,
remidos de todos os seus
passados;
santos de última hora,
bondosos de televisão.
Pobres deuses esses nossos;
tão humanos e tão falhos.
Tristes de nós,
que precisaremos escolher
um desses pobres deuses
e dele desejar
que nos obre
o milagre,
um milagre,
qualquer milagre.
Esse milagre será qualquer coisa que amanhã
esse deus de vídeo teipe
possa anunciar como coisa santa, como obra sua, como gesto eterno.
Depois vem o depois.
E o depois é o povo; que sempre fica pra depois...
Nenhum comentário:
Postar um comentário