
Emanoel Barreto
Esse velho-novo dia, todo dia - Como
as páginas amassadas de um velho livro já muitas vezes lido, folheio a
net. Jornais daqui e do mundo requentam a pequena eternidade de
todos os dias; seus conflitos, perplexidades, ganâncias, atrocidades.
Aqui e ali alguma coisa boa; mas são tão poucas...
Na
África a aids mata milhares. Ali a fome e guerras internas dilaceram a
humanidade de povos que vivem a miséria depois de despojados de suas
riquezas pelas potências europeias. Nada de novo no front. Apenas a perpetuação de crimes dos fortes contra os fracos. Na Ucrânia a violência explode. Nos Estados Unidos loucos vez por outra saem atirando pesado.
Como
uma fogueira quase apagada as chamas da brutalidade são sopradas com
força pelos que mais podem. E logo as labaredas tornam a brotar;
queimando, queimando, queimando...
Nas
dobras do velho livro que olho - letras, palavras, frases, fotos - tudo
se emaranha e se apresenta como uma mensagem sem nexo, sentido ou
intenção. O que resta afinal, depois da leitura, é a certeza de que
tudo está incerto e tão certo como dois e dois são cinco.
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