domingo, 15 de dezembro de 2013

Safadeza e política



Se gritar pega ladrão...

A pequena política, aquela com aspectos paroquiais, com jeito de briga pelo cargo de noiteiro de festa de interior, parece haver dominado a cena nacional. PT e PSDB parecem disputar quem mais tem munição para atacar o outro, cada um tentando mostrar que seu oponente é o que há de pior no mundo. 
 
Cartum - Jorge Nobre
De lado a lado surgem provas, incriminações, acontecimentos espetaculosos como prisão de mensaleiros e captura de helicóptero abarrotado de cocaína e pertencente a político ligado ao PSDB. Tudo para impressionar o povo. A quem, ainda no terreno da pequena política, mas aqui usada como arma de grande política foi impingida a construção de estádios milionários sob alegação de que após a Copa seremos mais felizes. O legado da Copa... é isso...

E tudo se passa como num processo de eterno retorno: o povo como sujeito sucumbido, os próceres políticos – horrível esse nome, não? – enquanto os debates nacionais têm como foco denúncias de lado a lado. 

Ao que parece, a prática política passa àquele ser coletivo a que se dá o nome de povo a sensação de que fazer política é isso mesmo: trocar acusações que resvalam ao desaforo; chamar o outro de corrupto quando seu próprio lado não é assim tão limpo; desviar as atenções de grandes projetos nacionais para discutir quem é mais ladrão. 

Esquecem os políticos que, esquecendo qual seu verdadeiro papel, em favor da troca de acusações o eleitorado pode chegar à seguinte conclusão: “Se gritar ‘pega ladrão’ não fica um, meu irmão...”

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