Se gritar pega ladrão...
A pequena política, aquela com
aspectos paroquiais, com jeito de briga pelo cargo de noiteiro de festa de
interior, parece haver dominado a cena nacional. PT e PSDB parecem disputar
quem mais tem munição para atacar o outro, cada um tentando mostrar que seu
oponente é o que há de pior no mundo.
De lado a lado surgem provas,
incriminações, acontecimentos espetaculosos como prisão de mensaleiros e
captura de helicóptero abarrotado de cocaína e pertencente a político ligado ao
PSDB. Tudo para impressionar o povo. A quem, ainda no terreno da pequena
política, mas aqui usada como arma de grande política foi impingida a construção
de estádios milionários sob alegação de que após a Copa seremos mais felizes. O
legado da Copa... é isso...
E tudo se passa como num
processo de eterno retorno: o povo como sujeito sucumbido, os próceres políticos
– horrível esse nome, não? – enquanto os debates nacionais têm como foco
denúncias de lado a lado.
Ao que parece, a prática
política passa àquele ser coletivo a que se dá o nome de povo a sensação de que
fazer política é isso mesmo: trocar acusações que resvalam ao desaforo; chamar
o outro de corrupto quando seu próprio lado não é assim tão limpo; desviar as atenções
de grandes projetos nacionais para discutir quem é mais ladrão.
Esquecem os políticos que,
esquecendo qual seu verdadeiro papel, em favor da troca de acusações o
eleitorado pode chegar à seguinte conclusão: “Se gritar ‘pega ladrão’ não fica
um, meu irmão...”
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